Carne na lata ou no vidro

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Para falar sobre essa carne vou contar um histórinha pra vocês, que é assim: Quando eu era criança eu morava numa fazenda com meus avós e lá não tinha energia elétrica, luz só através de lamparina ou lampião e para tomar banho quente tinha que colocar a água dentro de uma lata grande e deixá-la um tempo na rabinha do fogão de lenha e depois tomava-se o famoso banho de caneca isso pra mim era uma festa ainda mais quando podia fazer isso acompanhada do meu irmão, aí brincávamos os primeiro 5 minutos e o restante do tempo passavamos brigando (risos), mas voltando ao assunto da carne, como fazer para conservar carne sem utilizar a geladeira?! É bem isso que vou contar à vocês, a forma de fazer isso era conservar a carne na gordura de porco e essa carne quanto mais tempo curtida na gordura mais saborosa fica, mas úmida, mas macia e realmente não tem sabor igual, fiquei muito tempo tentando achar uma palavra para decifrar esse sabor aqui mas não acho é simplesmente divino. A forma de fazer é bem simples, faça suas almôndegas como está acostumada, eu faço assim – 1 q de carne moída, 1 ovo, sal e alho macerado, pimenta do reino e salsinha desidratada e para finalizar eu utilizo duas boas colheres de sopa de aveia em flocos finos, amasso bem e moldo as almôndegas. Então coloque a banha de porco numa panela e as almôndegas na gordura fria ainda, pois a carne deve cozinhar e fritar na gordura, depois deixe esfriar e guarde numa lata bem tampada ou num vidro a carne deve ficar coberta pela gordura e aí é só guardar no seu armário (não precisa de geladeira). Quando tiver que fazer um almoço correndo basta aquecer a carne na própria gordura em uma panelinha no fogão. Utilizando o mesmo processo pode se utilizar, linguiça fresca, costelinha, pernil de porco e também carne de boi. Aí está a famosa carne de lata da minha infância!

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20 comentários sobre “Carne na lata ou no vidro

  1. Eliana como você me deu tantas sudades desse tempo foi assim que eu fui criada!Meus pais matavam os porcos e tudo se guardava assim de um ano para o outro. Um bjo Natércia…

  2. Vc sabe? Minha avó fazia algo parecido em tachos de barro. O perfume e sabor da carne são inesquecíveis.Eu adorava passar férias no interior e fazer tudo sem eletricidade, só com a luz dos lampiões. É uma experiência maravilhosa para qualquer criança.

  3. Anonymous disse:

    Que delicia deve ser e como é bom relembrarmos o passado gostoso, parece que ele volta tão vívido em nossas lembranças, com um sabor, um aroma.È fantástico!Patrícia – BH

  4. Lica muito bom você contar isso aqui no seu blog..conheço bem tudo isso sim..e..era assim mesmo que eram feitas as carnes..e..ninguem tinha problema de doença por comer carne curtida em banha de porco..não é mesmo?hoje me dia..se come oleo de soja..faz mal a saude,tem que ser canola ou algo parecido..adorava linguiça curtida na banha..e..a carne de porco então?que maravilha..texto lindo…lindo..com gosto de saudades!!obrigado por partilhar suas lindas lembranças..bjus..

  5. Eliana estou muito envergonhado contigo!!!Sempre me comentas eu nunca comentei para ti…diz que não posso entrar será que vai ser hoje.Um beijinho Vitor:))—

  6. Lica, meus pais sempre falam que uma das melhores memórias que ambos têm de suas infâncias na fazenda é justamente dessa carne de lata! Adorei a sua história, e com certeza farei aqui para agradar os dois…Beijinhos!

  7. Lica ,que bacana seu post!!Minha mãe vai morrer falando dessa carne que punham na lata…Ela sempre conta em detalhes como preparavam e que o sabor não há nada igual !!O feijão temperado com essa banha diz ela que é inesquecível!!Adorei esse post!Bjs

  8. Uau, muuuito interessante!!Tbem cresci no interior na casa da minha avo e tudo era muuuuito simples, mas tinha eletricidade e geladeira, entao nunca tinha visto essa carne de lata!Ah, e adorei a cara nova do blog, muito meigo, amei mesmo Lica!!Beijos!Ana

  9. Tudo com um pouquinho de banha de porco fica mais gostoso não é?! Até a pipoca… heheheheMas aqui em casa limei a gordura, e agora luto para reduzir ao máximo as frituras… mas é dificil!Bjundas

  10. Oi, Lica! Eu não tinha visto este post. Bem legal saber deste jeito novo para mim. Coincidentemente falei da carne de lata hoje lá no Come-se. Uma delícia! E esta gordurinha no feijão… hum! beijos,n

  11. Oi Lica, minha mãe contava essas histórias e minha sogra também, mas que interessante saber que você ainda fez isso lá na sua terra e você é tão novinha amiga. 🙂

  12. Lica, é assim mesmo que se conservavam as carnes antigamente, ou nem tanto. Meus avós paternos moravam no sítio, lá demorou para chegar a energia elétrica. Não havia geladeira. E eles conservavam as carnes de porco, de boi, tudo na banha em uns latões. E comida da minha avó era uma delícia! Isso foi na minha tenra infância. Depois o progresso chegou por lá e esses hábitos foram sendo abandonados com o uso do freezer!bjs

  13. Sula disse:

    Oi Lica, você me fez relembrar a minha infância, minha avó tambem morava numa fazenda sem energia elétrica, como eram divertidas as minhas férias, refrigerantes eram gelados numa mina de água, o ferro de passar roupa à carvão, lampiões e lamparinas. E nada se compara ao gosto dessas carnes feitas no fogão à lenha e guardadas nas latas de gordura, realmente é uma delicia! Que saudade.

  14. Alcançar a essência dos sabores é entrar em sintonia com lembranças guardadas em arquivos que criamos para preservar nossas memórias mais tenras. O cheiro de quintal lá da infância da gente, o gosto do almoço caprichado aos domingos, as conversas com a mãe à beira do fogão, o café da manhã com pão quentinho, os sonhos partilhados, o cheiro de feijão cozinhando na panela, o aroma de erva colhida na hora, um finalzinho de tarde com encanto. Tudo isso é despertado quando conseguimos reproduzir o sabor de pequeninos gestos tecidos a luz do cotidiano de uma cozinha afetiva.

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